20/02/2019 - Ainda neste ano, o motorista que circula pelas estradas da região passará a pagar pedágio. O tupãense, por exemplo, poderá escolher Marília ou Presidente Prudente, que não terá como escapar. Não se sabe ainda quando e onde serão instaladas as praças de pedágio, mas com certeza as arrecadações serão boas para quem detiver as concessões. Cerca de 12 mil veículos passam, em média, por dia, pela Rodovia “Comandante João Ribeiro de Barros”, a SP-294. Muitas pessoas utilizam o trecho até Marília e Panorama todos os dias. São vendedores e outros profissionais que atuam na região. Os pedágios representarão uma elevação de custo.
O valor terá que ser retirado de algum lugar. O anúncio da concessão das rodovias na região foi feito pelo governo estadual na sexta-feira. Os editais estavam previstos para serem publicados ontem. Trata-se do maior pacote de concessão de rodovias já feito, somando 1.201 quilômetros em um pacote único. O investimento previsto é de R$ 9 bilhões, mas em 30 anos. As lideranças políticas tupãenses e da região precisam se mobilizar desde já, com o firme comprometimento de conseguir melhorias. Se todos continuarem “mudos”, a empresa que vencer a concessão vai realizar as melhorias nas proximidades do vencimento do contrato. É importante, por exemplo, cobrar a execução da duplicação da SP-294, no trecho de Parapuã até Panorama.
Trata-se de uma obra prometida por muitos anos, que nunca foi realizada. Na verdade, é um dos “clichês” de campanha eleitoral, tanto para deputados estaduais e federais como para governadores. Se não for exigida a realização da obra e definido um prazo para isso, a duplicação nunca vai acontecer. No caso específico de Tupã, por exemplo, é preciso cobrar com urgência a construção do trevo secundário “Ivo Pinto Paredes”, com acesso à Rua Brasil. Já existe até mesmo o projeto executivo, mas por falta de recursos e depois de insistência junto ao governo estadual, a obra anunciada pelo então prefeito Manoel Gaspar nunca foi realizada. Outra obra mais urgente ainda está na passagem de nível do trevo principal, na ligação da rodovia com a Rua J. E. Ari Fernandes. Trata-se de uma passagem fora de padrão, que tem mais de 50 anos desde a sua execução, estreita demais e muito baixa. O resultado disso é que muitos caminhões ficam “entalados” no local. A passagem estreita já resultou ainda em muitos acidentes, inclusive com vítimas fatais. Apesar disso, nada foi feito até agora. O máximo que se conseguiu foi o encaminhamento de ofícios ao DER pelo então vereador José Ricardo Raymundo. Se a região toda não se mobilizar, desde prefeitos, vereadores e deputados eleitos, não adiantará nada reclamar depois.
A concessão é irreversível, a instalação de praças de pedágio apenas uma questão de tempo, incluindo, além da SP-294, também a SP-284 (Martinópolis a Assis) e a SP-425 (Parapuã a Prudente), então só resta mesmo “brigar” para que as melhorias a serem realizadas sejam definidas em contrato. Melhor ainda: é preciso definir antes quais serão as melhorias. Porque depois de assinado o contrato, nada mais restará a fazer.
|